O setor agrícola, responsável pela segurança alimentar e uma das principais economias do Brasil, tem sofrido impactos profundos com as mudanças climáticas extremas. Diante desse cenário de incertezas e prejuízos, é preciso estar garantido e segurado para proteger os negócios
O mundo está diferente. Estamos todos sentindo na pele os efeitos das mudanças climáticas extremas como as ondas de calor intensas, fortes chuvas, alagamentos, queimadas e incêndios incontroláveis. Os efeitos do aquecimento global geram impactos profundos em diversos setores, principalmente no agrícola, causando prejuízos bilionários e impondo novos desafios na economia e segurança alimentar em nosso planeta.
Atualmente, a população mundial é de aproximadamente 8 bilhões de pessoas. E o Brasil, como uma das principais potências do setor agropecuário, é um dos grandes responsáveis pela exportação de diversos alimentos. “O Brasil é o maior produtor mundial de café, de açúcar e suco de laranja, o segundo maior produtor de carne de frango e bovina, e o terceiro maior produtor mundial de milho. Nós temos um papel importantíssimo na produção de alimentos no mundo, se não fosse a eficiência do Brasil, eles seriam muito mais caros, principalmente para os países pobres”, relata André Bruzzi, gerente nacional de negócios do Rehagro.
Porém, com o clima irregular, toda a cadeia produtiva é afetada. Segundo Renato Buranello, vice-presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e presidente do IBDA (Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio), “O agronegócio é um conjunto de atividades econômicas antes da porteira, dentro da porteira e após a porteira. Nós estamos falando de fornecimento de insumos, da produção propriamente dita, processamento, industrialização e logística de distribuição para mercado interno e internacional de alimentos. E o que liga cada uma dessa etapas é o crédito e o risco. E é aí que entra o seguro. O agro é uma indústria a céu aberto. Então o instrumento de seguro tem a função de gestão, de governança, é fundamental.”
Apesar do cenário ser preocupante, o setor de seguros tem evoluído muito para atender às diferentes necessidades dos produtores, onde são levados em conta o tamanho da fazenda, a produtividade, características de solo, região e os impactos climáticos, para personalizar cada vez mais a oferta, mantendo o padrão.
Segundo Afonso Arinos, head comercial de agronegócio da Mapfre, “Nós como seguradoras temos que garantir o todo e a continuidade do negócio. Hoje, as seguradoras conseguem personalizar cada vez mais as ofertas. Tem um padrão que atende boa parte, mas as exceções são atendidas prontamente. E o mais importante é que, grandes seguradoras como a Mapfre, conseguem manter a abrangência nacional de atendimento, inclusive onde tem alto risco.”
Mirando lá na frente, de olho no futuro, o seguro rural tem muito a crescer por ser uma ferramenta extremamente relevante, que traz segurança para o produtor, para o mercado de trabalho e, principalmente, para a segurança alimentar no Brasil e no mundo.
Maciel Silva, diretor técnico adjunto da CNA (confederação da agricultura e pecuária do brasil) elenca três pontos essenciais para o desenvolvimento do mercado de seguro rural, “O primeiro ponto é tratar seguro como política de estado, o segundo é aprimorar a parte regulatória e o terceiro é utilizar tecnologia para converter informação em dados, visando a previsibilidade setorial, que pode contribuir com o desenvolvimento de novos modelos e produtos de seguro, bem como permitir uma maior precificação e indexação dos produtos já existentes, objetivando redução de custos e sustentabilidade do mercado de seguro.”
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