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“Enfrentei muitas barreiras. Há 40 anos era muito difícil ter mulheres nesse ramo”

A consultora de vendas da concessionária Augustin de Espumoso, Nilva Negretti, é uma das pioneiras no segmento de máquinas agrícolas no RS

A participação feminina nos mais diversos segmentos do mercado de trabalho é uma construção que iniciou há décadas e que continua em um movimento crescente. Em alguns setores, a natureza da atividade faz com que essa diferença – a presença de homens e mulheres - seja mais acentuada. É o caso do agronegócio. Mas esta realidade vem mudando e acompanha um movimento global onde mulheres buscam e conquistam, cada vez mais, seus espaços.

Uma pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas mostra que 34% dos cargos gerenciais no agro brasileiro pertencem a mulheres, indicando uma transformação e desenhando um mercado de trabalho com perfis cada vez mais plurais. Atualmente, quase 1 milhão de mulheres no campo dirigem propriedades rurais no País, de acordo com reportagem publicada pela Revista Exame. 

Se em 2023 o cenário ainda é desafiador, imagine como era 42 anos atrás, quando a gaúcha Nilva Negretti, hoje com 59 anos, casada, mãe e avó, começou a trabalhar na Augustin de Espumoso, no Rio Grande do Sul. O ano era 1983 e ela foi contratada para o setor que registrava a entrada de peças no estoque. “Também auxiliava na oficina e na área de vendas internas. As presenças femininas eram eu e a senhora que fazia o cafezinho”, relembra.

 

Em 2005 a trajetória de Nilva ganhou um novo capítulo dentro da Augustin. Foi convidada ou “convocada” como ela mesma diz, para atuar como vendedora de campo. “Eu era a única mulher na região vendendo máquinas agrícolas. De lá para cá, já são 18 anos atendendo sete municípios da região norte”.

 

Na trajetória de mais de quatro décadas foram muitos os desafios que precisaram ser enfrentados.  Quando começou na venda externa, era a única mulher da região trabalhando no segmento. “Foi muito difícil no início porque eu conhecia o cliente, mas não aonde morava. E quando eu chegava nas propriedades havia um certo estranhamento e desconfiança por parte, principalmente, das mulheres por verem uma outra mulher falando de negócio”, conta Nilva.

“Enfrentei muitas barreiras. Há 40 anos era muito difícil ter mulheres nesse ramo”

Segundo ela, era necessário explicar muito bem sua função e trabalho, para romper esta primeira barreira. “O trabalho que fazia na igreja da comunidade me ajudou muito nesse início, pois muitos já me conheciam dali”.

Mas as dificuldades não paravam aí. Fazer as pessoas confiarem em seu trabalho era bem mais difícil pelo simples fato de ser mulher.  “Enfrentei muitas barreiras. Há 40 e poucos anos atrás era muito difícil ter mulheres nesse ramo. Felizmente, aos poucos, estamos quebrando este paradigma”

Se por um lado havia resistência, por outro Nilva vivenciou e acompanhou a caminhada e as conquistas de muitas mulheres do campo.  “Ao longo desse tempo eu vi crescer a presença feminina no ambiente do agro.  Muitas passaram a tomar conta não só da família como das propriedades, e isso vem acontecendo cada vez mais. É tão importante e bonito quando uma mulher, esposa ou filha, constroem essa trajetória”.

Para Nilva a maior riqueza de todos estes anos de trabalho é o conhecimento adquirido.  “Aprendi muito convivendo com as pessoas. Tive dificuldades sim, mas consegui e agradeço muito a Augustin por ter me dado essa oportunidade. Cresci como profissional e ser humano”.

Questionada sobre qual o “segredo” para manter-se por tanto tempo na área de vendas do agro, atribui à responsabilidade, ao conhecimento sobre o produto e à seriedade da empresa.  “A relação com o cliente é baseada na confiança, foi a partir daí que conquistei a amizade e a credibilidade de muitas pessoas, representando uma empresa e uma marca sólidas”.

Para a consultora de vendas a porta aberta pela Augustin, há 42 anos, mudou sua vida. “Tudo que conquistei até hoje com meu trabalho foi graças à oportunidade que eu recebi. Sinto orgulho de integrar esta equipe que também representa uma marca tão grandiosa como a Massey Ferguson. Que a ‘vermelha das coxilhas’, como diz meu diretor, cresça cada vez mais trazendo toda sua tecnologia e evolução para os homens e mulheres do campo”, finaliza.

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