O PIB do agronegócio brasileiro acumulou crescimento de 0,21% de janeiro a setembro de 2019, refletindo os comportamentos opostos entre os ramos, de acordo com cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e com a Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz). Enquanto o ramo pecuário teve forte alta de 10,76%, o agrícola recuou 3,7%. Clique aqui e confira o release completo.
De acordo com pesquisadores do Cepea, no ramo agrícola, o PIB tem sido pressionado especialmente pela queda dentro da porteira. Nesse segmento (primário agrícola), apesar das boas safras de culturas como milho, algodão, laranja, banana e mandioca, a renda tem sido prejudicada por quedas de preços para diversos produtos (como algodão, café, mandioca, milho e soja) e pelo aumento dos custos de produção. É importante mencionar que há perspectivas de que esse cenário se amenize em alguma medida até o fechamento do PIB do segmento em 2019. Isso pode ocorrer devido aos aumentos dos preços (ainda não computadas no PIB) da soja, do milho e do algodão em outubro e novembro e do café em novembro.
Já o ramo pecuário acumulou crescimento expressivo em todos os segmentos no período. Pesquisadores do Cepea indicam que a ocorrência da Peste Suína Africana (PSA) nos países asiáticos e o consequente aumento importante das importações chinesas de carnes suína, bovina e de aves favoreceram em grande medida as cadeias pecuárias brasileiras. Com o aumento da demanda externa, as exportações de carnes têm mantido ritmo forte em 2019, o que tem impulsionado os preços domésticos.
Especificamente quanto ao segmento de insumos do agronegócio, mantém crescimento elevado no ano, para ambos os ramos. Para os agrosserviços, também há uma relativa manutenção do cenário, com aumento importante nos serviços pecuários, mas decréscimo nos agrícolas. No ramo pecuário, o bom desempenho das atividades dentro da porteira e também da indústria de abate influencia na demanda por serviços, como de transporte, comercialização, armazenagem, entre outros. E no ramo agrícola, ao contrário, a produção em queda ou estagnada para diversas indústrias importantes impacta negativamente na necessidade desse tipo de serviço.
Fonte: Portal do Agronegócio
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